quarta-feira, março 29, 2006

Velhos...ou experientes?

Vinha a ouvir a TSF no carro de regresso a casa depois das aulas com os meus enfants tèrribles.
E ouvi esta frase que me deixou pensativa, a meio de um anúncio de reportagem sobre o despedimento de umas centenas de trabalhadores. Disse um deles: "Tenho 40 anos. No meu país chamam-me velho. Fui procurar emprego noutro país, chamaram-me trabalhador experiente." E isto com uma mágoa tensa na voz, que não deixa indiferente ouvir esta frase tão crua sobre a nossa realidade..
Fez-me pensar em mim, embora esteja bem longe daquela realidade. Não estou desempregada, não sou velha..pensei inicialmente...mas depois, de repente, achei-me velha sim. Tenho 26, ainda tenho muito que aprender, e rápido, quanto antes, porque o prazo de validade da vida activa é cada vez mais curto, antes de sermos descartados por outros. Por isso, sinto um certo desconforto qdo digo que quero mudar de situação profissional. Há quem me diga, ainda és nova...mas isso é tão relativo, pelos vistos.... por isso, sinto aperto no estomâgo pela impreparação que sinto e pelo próximo passo profissional que devo estar quase a dar. Mas não há outro caminho. No entanto sinto que, com a redução da valorização das pessoas conforme aumenta a idade, esperam de mim mais do que o q eu tenho (ou penso que tenho) para dar. Algo do género: já trabalhas há x anos, tens y anos..já devias saber e ser mais. Sei que exagero..mas fiquei impressionada com a frase que ouvi.
Por isso a pressão que sentimos para sermos alguém novos, a exigência de sucesso contínuo que fazemos a nós mesmos e aos outros, a dificuldade em não nos perdoarmos por não atingirmos o nível de vida que consideramos ideal no curto-prazo. De querermos usufruir uma vida independente, mas com o nível de vida que temos em casa dos pais, um nível de vida que muitos deles levaram décadas a construir em conjunto, a acumular meios...e às vezes esquecemo-nos as dificuldades que tiveram no seu início de vida e que não queremos (ou já não sabemos) experimentar em 1ª mão. Será que o nosso nível de expectativa está demasiado elevado? Ou será que os meios de alcançar os nosso desejos é que são cada vez mais complexos, nem q seja só nas nossa cabecinhas?! Ou talvez passe por a nossa capacidade de resistência às falhas ser muito frágil e abrir caminho rápido à frustração. não sei... só sei que às vezes, as respostas não são simples, nem tudo tão linear... vou vivendo e aprendendo. Espero saber orientar-me no campo de dúvidas em que volta e meia caminho.

6 comentários:

Amanda disse...

é claro que te vais orientar (lembras-te da estrelinha?). Quanto á idade, também passei por uma situação idêntica, com 35 anos disseram-me que já tinha 35 anos ao que eu respondi que com 25 não tinha este estatuto profissional e cá estou eu a trabalhar para o referido interlocutor. Beijokas e respira fundo!

Aragana disse...

Pois... o factor C é o que mais conta nos dias que correm e não contrariamente ao que deveria de ser - a experiência e profissionalismo.
Beijocas

Anónimo disse...

Ora viva Cara Morgana... Bom, penso que já teci por mais que uma vez a minha opinião quanto ás suas duvidas profissionais, pelo que não me vou tornar a repetir, até porque estaria a ser ainda mais aborrecido do que aquilo que já sou. Se bem que posso apenas acrescentar: os empresários vêm-se obrigados a contratar de preferência jovens profissionais pois estes representam mais beneficios sociais e a própria segurança social incentiva com contrapartidas financeiras essa angariação. Mesmo que um trabalhador com cerca de quarenta anos seja uma mais valia, prevalece sempre a viabilidade futura de uma empresa. Digamos que é um ciclo vicioso consequente das muitas debilidades do nosso código de trabalho, que por si só, é mais que precário. Mas que raios, ultimamente neste blog, só dou bitaites sociais!? Cara Morgana, decida-se de uma vez por todas ou começo a ficar viciado nisto. não ligue, e caso ainda não tenha reparado, sou só eu. Um abraço... SHAKERMAKER

Chocolate disse...

Por isso acho que não devemos "escutar" tudo o que nos dizem, primeiro temos de saber quem somos, temos o nosso valor, não é por dizerem que estou velha, que vou achar que estou velha, as pessoas dizem muitas coisas... aprendi a tentar n escutar tudo o que me dizem, aprendi foi a descobrir quem sou, muitas vezes digo que não gosto desta sociedade, e é nestas coisas que eu vejo que não gosto, nunca nada é bom, é sempre tudo mau, ou se é mt jovem ou se é muito velho ou não se tem experiencia ou ja não se serve,
Acho que talvez tenhas que parar e pensar, o que eu quero? E não importa se és velha novo ou o que for, OU O que te dizem, segue as tua convicçoes (ou la como se escreve esta palavra)quando se quer realemnbte uma coisa, todo o universo conspira para que se realize ( frase de um livro de Paulo Coelho).
quando não tenho a cabeça a mil, a pensar no que me dizem no que é correcto e no que é errado, no que pode e no que não pode, consigo sentir muito melhor as coisas. Quando não penso muito as coisas correm bem. Não andaras tu a pensar demasiado? O que tu queres? Make a wish, e deixa o resto para o universo te preparar a surpresa. No meio disto tudo ainda passamos por momentos mais desagradaveis, mas depois o que desejámos vem. Como diz no blog da Maria ( http://marianaovaicomasoutras.blogspot.com/ )no profile: Tudo acaba bem, se ainda não está bem é porque ainda não acabou! beijocas
PS: grande testamento sorry

Anónimo disse...

Hi! Just want to say what a nice site. Bye, see you soon.
»

Anónimo disse...

best regards, nice info » »