terça-feira, julho 11, 2006

O tempo não volta atrás..


Já aqui falei do meu avô, que há dias comemorou os seus 80 anos na companhia de toda a família..
É um avô que eu muito amo pela pessoa linda e carinhosa que é.. o meu bu..o meu avô tem vários problemas de saúde, e como não é de admirar foi perdendo capacidades, o que se notou mais nos últimos dois anos... essa perda de capacidades foi-o limitando em muitas coisas, o que o deixa cada vez mais entristecido e a pensar que já cá não anda a fazer nada..hoje, embora não fosse já inesperado, concretizou-se mais uma parte na sua perda de autonomia.. a carta de condução não lhe foi renovada. Ele reconhece perfeitamente as suas limitações, e os seus circuitos eram cada vez mais reduzidos, curtos e rotineiros..mas ainda o faziam sentir de certa forma válido. O carro servia para ir tomar o cafézinho à tarde com a minha avó sem ser sempre à porta de casa; servia para o levar até a alguma consulta médica, ou para os ajudar a transportar as compras mais pesadas para casa...
Agora está limitado a ter sempre de pedir a um de nós, ou aguardar ser convidado para sair...
Sei que não havia outra hipótese...mas entristece-me a sombra de tristeza que vai tirando o sorriso ao rosto do meu bu...

7 comentários:

Folha de alface disse...

q pena, pena q a socidade n veja todas essas pessoas maravilhosas (como o teu avô, como fontes d sabedoria...
beijinhos p os dois

Anónimo disse...

A vida tem dessas coisas, e é pena pois viver oitenta anos dá-nos informação, mesmo que a cabeça já não aguente há sempre alguma coisa para deixar aos outros.


Beijos

Manefta

Anónimo disse...

É realmente triste que o teu avó venha perdendo a alegria de viver. Acho que o melhor a fazer é dar-lhe mesmo muito amor e carinho.
Eu apenas tive avós maternos, e também gostava muito do meu avô. Um dia, tinha eu 12 anos, recebi um telefonema a dizer que ele tinha caido de uma árvore e falecido. Foi das dores mais fortes que tive de suportar até hoje.
Actualmente, com 24 anos, ainda me cai uma lágrima pelo rosto de cada vez que me lembro dele. Felizmente ainda tenho a minha avó comigo. Fez recentemente 85 anos e é tão bom receber o seu abraço e ver a alegria estampada no seu rosto de cada vez que vê a neta.
Aproveita ao máximo o tempo que tens para passar com ele, e dar-lhe um pouco de alegria à vida que para ele já não sentido.
Beijinhos

Anónimo disse...

espero que não seja uma pergunta tola mas o teu avô não pode andar de bicicleta? Ou a saúde não lhe permite?

Amanda disse...

Óh linda! Não o deixem sentir-se inválido.Para além dos convites para sair de carro, há outras medidas. Na vila onde tenho a sorte de morar e viver, preza-se muito os nossos velhinhos. Na biblioteca há sessões de histórias para os meninos da escola primária, em que os contadores são os nossos "resistentes". Eles sentem-se válidos e a troca de sorrisos e experiências denota isso mesmo. Nos jardins de infância faz-se trabalho semelhante, etc. Haverá por aí alguma instituição com quem possam fazer actividades lúdicas com intervenientes ainda muito lúcidos?! E se obtiveres um sorriso apenas, já terá valido a pena... Beijokas e pensa nisto (até porque o teu avô deverá ter amigos na mesma condição)

mokomaori disse...

compete a vos que o amam a tarefa que lhe retirarem essa sombras de cima....se ha coisas que a idade torna inevitalve, outras podem ser contornadas..bj.

Anónimo disse...

Morgana,
A idade é a única coisas que axo que é incontornavel. Compreendo o que sentes, a tua preocupação, a tua dor. A cerca de 4 anos para cá aprendi a aceitar e deixar ir a visão que tinha da minha avó que hoje tem quase 91. A saude diminuiu e com ela aumentaram as preocupações, diminiuram tb as capacidades fisicas e motoras, apesar de tds as pessoas olharem para ela como uma velhota normal. Hoje em dia regrediu na idade. Temos uma criança autentica, a quem é preciso aprender a lidar. Ela está lúcida, tem consciência de tudo, sabe tudo o que a rodeia...mas resignou-se a questão de ter perdido a vivacidade de outros dias...ela sente-se um fardo! Ainda assim os meus pais decidem mante-la connosco, suportar as dificuldades dos dias e viver com ela dependente de nós.
Não deixar que eles se entreguem, não deixar que se resignem, não fazer deles autenticas crianças e tentar preservar a sua autonomia ate ao limite. O amor e o carinho encarregam-se do resto!
A nós só nos cabe aceitar que um dia eles irão alcançar um outro plano, um outro estado evolutivo...
Beijinhos linda...muita força!