Ando meia aérea...tem horas que nem sei bem o que estou a fazer. Adormeço com sono pesado..acordo sem querer acordar, numa cama confortável que não é a minha..onde não pertenço, mas também não me apetece sair do pequeno refúgio que é o quarto onde descanso.
Sinto-me ausente. Apenas a manter-me ligada por um fio às tarefas diárias, sem saber definir o passo seguinte... demoro o dobro do tempo habitual a fazer as coisas...até a pensar...ando irritada e irritadiça...ando presente e ausente...sei o porquê, e sei também, que apesar das razões para me sentir assim, o devia evitar. Devo resguardar-me, usar a minha cara de póquer social...sorrir, falar, até mesmo gargalhar de vez em quando, fazer perguntas de que não quero saber a resposta, responder ao que tem de ser... Estou funcional.. e até eu me sentia melhor se estivesse operacional..mais activa, indiferente (impossível) ao que se passou e passa. Mas aos poucos vou reagindo, e vou pensando qual poderá ser a minha próxima cartada. Sei que não me adianta, mas fico triste, porque abalou a confiança nas pessoas, mais uma vez...
Mas como diz o provérbio inglês “What can't be cured must be endured”, ou o que não tem remédio, remediado está, porque em português nos entendemos...Pode ser imaginação minha, mas parece que sinto um peso a descer sobre mim quando cá entro, que quase desaparece à medida que me afasto de cá todas as sextas-feiras...
Entretanto, o Natal aproxima-se a uma velocidade vertiginosa, e ainda mais rápido vai ser passado... anda-me a faltar disponibilidade mental para apreciar esta época como o costumo fazer...
No sábado vou encher a minha casinha com os cheiros natalícios de aletria e filhoses ou sonhos, ainda não sei bem... fazer as últimas troca de prendas...
Este sábado que passou, fui com mãe e avós entregar algumas prendinhas. Fui a uma das minhas afilhadas a quem ainda faltava entregar a prenda de aniversário..(desde Julho...), e fiz a delícia da miúda! Tinha comprado uma saia de ganga estilo floribela e um top de manga comprida cor-de-rosa.. Ela delirou pq a mãe andava a evitar comprar roupas floribela q a ela tanto queria! Hehe! É por estas e por outras que a miúda me curte! Parece que acerto sempre com os gostos dela, apesar de mal a conhecer... sim, sou madrinha desnaturada... mas deve ser do exemplo da mãe dela, que é a minha madrinha e sempre fez igual... e eu sempre gostei dela.
Este ano vamos ser imensos na casa da minha avó na noite de natal: os 4 filhos dela, 3 deles com 2 filhos, e o meu mano que já tráz esposa e rebento! Mais os pais da minha tia...vai ser casa cheia! Cada um vai trazer as suas especialidades bem docinhas... hum... delícia.. só não entendo é porque raio a tradição de natal lá em casa passa por comer bacalhau!! não gosto nada! Podia ser um belo perú assado...