
Sabem aquela sensação de que algo não está bem, que precisam de mudar algo urgentemente para o vosso própirio bem, mas se vos perguntam, afinal o que é que tu queres, não sabes bem responder? O pior é que enquanto não se sabe isso, tudo aquilo em que metemos a mão, não satisfaz, nem parece útil para a nossa realização. pareço ser uma dessas pessoas? Pois, sou sim. Não sei o que quero fazer de mim, profissionalmente. A nível pessoal quero o que quase todos queremos: saúde, amor, casa, felicidade para mim e para os que amo, e capacidade de saber apreciar tudo isso. Agora, profissionalmente... aí é como as imagens que deixei no post anterior...uma grande sucessão de altos em baixos, pontuados pela minha incapacidade de me fazer valer nos momentos certos e saber dar o melhor de mim. Quando não estou bem não sou capaz de trabalhar como me é exigido e para o qual sou paga. E cada eurinho que recebo é precioso para poder concretizar as minhas aspirações pessoais... mas lá está se me pergunta: afinal, que queres fazer? a resposta é atrrapalhada, frustrada, angustiada..não sei.. o que eu não daria para ser uma dessas pessoas que nascem vocacionadas para fazer algo! Para saberem qual o seu caminho a seguir! Mesmo que não o conseguissem, ao menos poderiam dizer: era por "ali" que eu queria caminhar. É esta a minha angústia, uma que me acompanha e rói as entranhas há meses, anos mesmo. Lembro nem ainda , no final do 12º ano quando se tem de preencher as fichas de candidatura ao ensino superior, eu já então não saber.. e podia ter escolhido quase qualquer coisa dentro da minha área, tinha média que me facilitava essa escolha...e lembro bem de ter estado em lágrimas a pensar no que deveria escolher na altura. e ter escolhido sem muitas certezas, mas com a certeza ao menos que anulei hipóteses que não me serviam em definitivo. Mesmo agora, depois de ter terminado a licenciatura com a linda média de 17, continuo no escuro quanto a uma actividade que me faça feliz e torno a reafirmar mais uma vez: a merda das notas não serve para nada.. e tantas vezes, na secundária tive de aturar comentários maldosos por causa disso...enfim..acho que foi aí que comecei a criar a minha cara de pau, para poder ouvir certas coisas e nem uma sobrabcelha me tremer. Muito jeitinho me tem dado ao longo dos anos, diga-se.
E a um nível muito íntimo, como lidar com uma situação de crescente "desgostar" e perda de respeito por um pai que deveria amar? Como reagir quando a minha mãe me diz que está mesmo a ver que serei uma filha que se vai afastar deles mal saia de casa, e que os mando para um lar..e eu não saber que resposta lhe dou? Por que eu mesma não sei se ela não terá razão, por muito que isso nos magoe a ambas sequer pensar? E como lidar com a diminuição física de um avô muito querido a cada dia que passa? E saber que se calhar este será o seu último ano de vida? Como encaixar as minhas incapacidades e debilidades emocionais num dia-a-dia em que não me posso deixar submergir por estas emoções?
preciso de olhar a minha vida mais longe, preciso de outras perspectivas, precisava, talvez de não ser eu, não sabendo, no entanto, quem poderia ser...